terça-feira, 16 de agosto de 2016

Chegada e Comentários Finais

Cheguei em casa no sábado, 6 de agosto, ainda em tempo de almoçar com a família, reunida na casa da nonna Zelinha, com meu pai, Ricardo e Lucia, e os meninos.

Faltava apenas a Sissi, que chegaria da Itália apenas no domingo seguinte. Leo, Ale, Clarissa, Amanda e eu fomos pegá-la no aeroporto, e fomos jantar juntos, celebrando a reunião da família e o Dia dos Pais.


Foram 30 dias de viagem e 10 mil km, atravessando duas vezes os Andes, vários desertos, e alturas de 5 mil metros. O resultado? Maravilhoso, pois conheci um novo país (Bolívia), e algumas novas regiões (pantanal sul-matogrossense e sul do Peru).

Além disso, foi uma experiência de auto-conhecimento e de contato com povos diferentes, mas muito calorosos. As principais lições que ficam são:

1. Todas as pessoas almejam mais ou menos as mesmas coisas que nós, o que nos aproxima delas.

2. Numa longa viagem de moto devemos exercitar a temperança, pois muitos são os fatores que podem atrasá-la ou dificultá-la.

3. Um bom planejamento de rotas, logística etc. é muito importante para o sucesso de uma longa viagem, mas improvisar na adversidade  também é fundamental. 

4. Não devemos julgar as pessoas pela opinião dos outros. É comum você estar num país, em direção a outro, e ouvir dos habitantes locais que os vizinhos são maus. Quando você atravessa a fronteira, ouve o mesmo dos vizinhos.

5. Lugares as vezes inesperados podem ser o ponto alto da viagem, e portanto devemos estar atentos (e abertos) a eles.

6. O verdadeiro motociclista curte até o cansaço após 700 km de estrada e o trabalho diário de manutenção e montagem e desmontagem da bagagem da moto. 

7. A distância de casa nos faz apreciar ainda mais as pessoas que amamos.

Até a próxima aventura!



sexta-feira, 5 de agosto de 2016

18o e 19o Trechos: Vilhena/Cuiabá/B. Garças


Continuando o longo retorno para casa, passei por Cuiabá e cheguei à Barra do Garcas.  As pastagens de Rondonia deram lugar as lavouras de algodão, em fase de colheita.

 
Como ninguém é de ferro, cai na piscina da pousada para espantar o calor da estrada.


Amanhã saio para Brasília!

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

16o. e 17o. Trechos: Rio Branco/P. Velho/Vilhena

Uma boa surpresa foi ter escolhido pelo Booking o Hotel Nativo em Porto Velho, pois o proprietário, Zé Guimaraes, também é motociclista de BMW. Depois que me instalei no hotel, ele gentilmente me levou para conhecer a nova concessionária da marca da cidade, e em seguida comemos uma tapioca de carne e queijo no hotel, com a companhia do também motociclista Hélder. 


Por sugestão do Zé, fiquei no Hotel Mirage em Vilhena, de outro motociclista, Nunzio. Em seu moderno restaurante, comi um ótimo bife ancho, e batemos um bom papo sobre motos e viagens.
Tanto Zé como Nunzio trabalham com as esposas e filhos, o que torna os ambientes muito agradáveis e harmoniosos. Por isso, levo uma excelente impressão de Rondônia. 



terça-feira, 2 de agosto de 2016

14o. e 15o. Trechos: Pisac a Rio Branco

Depois de três semanas de lugares incríveis, é hora de voltar. Deixando para trás o Vale Sagrado, peguei a nova estrada Interoceanica em Urcos, e comecei a subir os Andes pela 3a. vez.


Lá em cima, encontrei um grupo de peruanos que estava festejando suas tradições, a caráter.


Mais acima, a 4.700 m, a temperatura estava próxima de zero grau. Quando desci os Andes, duas h depois, ela já estava na casa dos 30 graus. Era o início da floresta amazônica. Depois de passar por Porto Maldonado, onde Fitzcarraldo fez passar um barco através da montanha, façanha reproduzida em filme pelo brilhante W. Herzog, cheguei a Rio Branco. O calor já estava em 37 graus. De volta  ao Brasil!



sábado, 30 de julho de 2016

Ollantaytambo

O segundo forte inca no Vale Sagrado é o de Ollantaytambo, situado no meio do caminho para Macchu Picchu. 


Como Pisac, a cidadela esta estrategicamente situada no topo da montanha, com terraços servindo para a produção de alimentos e barreiras contra invasores. O entalhe das pedras é perfeito, semelhante ao de Macchu Picchu.


Fontes e canais de água cortam todo o complexo, e funcionam até hoje. 


Na praça da cidade, havia uma reunião política para pedir mais apoio para a população local, que estava vestida a costume.


Do outro lado do vale, e a cerca de 300 m de altura, havia uma outra ruína inca, que é chamada de 'Armazém'. Subi até lá e o esforço valeu a pena, não foi?



sexta-feira, 29 de julho de 2016

Písac

Situado na extremidade sul do Vale Sagrado, onde corre o,rio Urubamba, está o forte e centro religioso de Písac. Cuzco fica a apenas 30 km dali.


Trata-se de uma cidadela Inca, cercada de terraços agrícolas, casas e postos de observação, tudo num local estratégico.


A vista do vale, a partir do forte, é deslumbrante. 


Como em Macchu Picchu, há pedras polidas e de encaixe perfeito.


13o. Trecho: Abancay - Písac


Neste trecho sinuoso, entre vales e espigões da cordilheira dos Andes, fiz apenas 240 km, que valeram por 500. Vi muitas paisagens bonitas, com picos nevados e mais vegetação que no litoral, que era praticamente desértico.


No caminho, passei,por Cusco, que fez me lembrar da viagem que fiz com Sissi, Lelo e Ale em 2011. Saudades...


Antes de chegar a Pisac, que está no fundo do Vale Sagrado, tive essa visão do alto da serra. Não é de tirar o fôlego?


Mais detalhes deste vale histórico no próximo post!

12o. Trecho: Nazca - Abancay

Como este trecho atravessa os Andes no sentido W-E, ele é bastante sinuoso, e as temperaturas variam de acordo com a altitude. Cruzei lagoas alpinas e vi guanacos selvagens, muito raros hoje em dia.


Apesar de terem sido 460 km, o cansaço foi como se fossem 900. Mas valeu o esforço. Amanhã tem Pisac e o Vale Sagrado. Até lá!

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Nazca!

Há dois mil anos, uma civilização pre-inca apareceu no sul do Peru, entre as montanhas e o oceano Pacífico. Eram os Nazcas. Recentemente, foram descobertas algumas pirâmides, usadas para rituais religiosos.


Eles desenvolveram a engenharia hidráulica para a irrigação dos vales, que são usados até hoje.


Esses poços são usados para obter água de canais subterrâneos (púquios), e ainda funcionam. A água é doce e fresca.


Os Nazca e seus sucessores mumificavam seus mortos, e o clima seco da região permitiu que as múmias se conservassem até hoje. 


Mas o ponto alto do local são as famosas linhas de Nazca, que só podem ser vistas do céu. Fiz um sobrevoo e estas são algumas delas. Você consegue distinguir as duas figuras abaixo? 



Além dos animais e plantas, há uma esquisita figura humanoide. Será um astronauta?


Depois de almoçar um excelente lomo saltado na cidade, sai novamente para visitar outras linhas, situadas na margem da rodovia Pan-americana. 


Por mais de 50 anos, A alemã Maria Reiche viveu na região e estudou as linhas. Há um pequeno museu onde era sua casa, com artefatos Nazca e mapas que ela desenhou. Grande parte do reconhecimento internacional das linhas e da cultura Nazca (inclusive patrimônio da humanidade) se deve ao seu inestimável trabalho.



Até a próxima!


terça-feira, 26 de julho de 2016

11o. Trecho: Arequipa a Nazca

Após dois dias de descanso da moto, retomei viagem, agora em direção a Nazca. 
Saíndo de 2.500 m, desci até o oceano Pacífico, e percorri mais de 300 km margeando o mar, entre praias e falésias. Em função da corrente de Humboldt, a temperatura da costa não ultrapassou os 15 graus.


O vai e vem das ondas do mar sobre as pedras faz um ruído interessante, parecendo um ronco de uma pessoa dormindo. Será por isso que ele é chamado Pacífico? 



segunda-feira, 25 de julho de 2016

Cañon de Colca

Ao norte de Arequipa, no meio de altas montanhas e vulcões nevados (alguns ainda ativos), está o cânion mais profundo do mundo: o do rio Colca.


Cercado de terraços pré-incas e de povoados coloniais, o cânion apresenta belas paisagens. Ao norte, exixtem dois extintos vulcões, de onde brotam as nascentes do rio Amazonas, recentemente descobertas, que o tornam o rio mais longo do mundo. 


Entretanto, o ponto alto do cânion são os condores, que planam ao longo de suas bordas. Com sua envergadura de 3 m e vivendo até 100 anos, eles são os reis dos ares, não são mesmo?


Arequipa

TTerra natal de Mario Vargas Llosa, Arequipa é um oásis no meio do deserto peruano.


Situada aos pés de dois vulcões, a imponência de seus prédios coloniais, igrejas e mosteiros, além do Canon de Colca, tornam-na um atrativo para turistas de todo o mundo.


Fiquei num hotel que era um antigo palácio, bem no centro. As bandeiras nas fachadas comemoram a semana da independência, conquistada há 200 anos pelo general San Martin.


O ponto alto da cidade é o Monastério de S. Catarina, do séc. XVII, que é uma mini cidade. As monjas ainda vivem ali, cercadas de história e obras de arte. 



Visitei também o museu arqueológico, onde está a menina inca encontrada congelada no pico do monte Ampato, há vinte anos. Simplesmente fantástico. 



domingo, 24 de julho de 2016

10o. Trecho: Tiwanaco - Arequipa

Do altiplano boliviano (4 mil m), sai em direção oeste para o Peru, mais especificamente Arequipa.
Entre os dois estavam os Andes, cujo passo tinha mais de 4.800 m. Passei ao lado do lago Titicaca em Desaguadero (fronteira entre os dois países).


A vista dos picos gelados e a estrada sinuosa, cheia de precipícios (e llamas), é inesquecível.


Nos pontos mais altos, passei por vertentes geladas, apesar de a temperatura estar na faixa dos 10 graus. Baixando em direção a Arequipa, a puna (vegetação rasteira) deu lugar a um deserto inóspito. Cheguei a Arequipa ao anoitecer, depois de 600 km e 8 h de viagem. Entretanto, a vista e a emoção de pilotar nos Andes praticamente sozinho, compensaram o esforço.



Tiwanaco

OÀs margens da estrada entre La Paz e a fronteira peruana, está localizado o incrível sítio arqueológico de Tiwanaco. Este local foi o centro desta civilização pré-inca, que floresceu entre os sécs. VI e XII.



Além de um imponente centro religioso, com pirâmides, portais de pedra e "estellas" (colunas), há peças de cerâmica, bronze e múmias (estas últimas num museu). Sua agricultura era bastante avançada para a época, cultivando milho, quinoa e outros produtos.


O polimento das pedras parece ter sido feito por máquinas. O sol e a lua, como com os astecas e maias, foram homenageados com portais.


Não se sabe a causa do desaparecimento da civilização, mas a sua localização num grande planalto cercado de montanhas, me diz que foram vários anos de seca. 


Até a próxima!

quinta-feira, 21 de julho de 2016

9o. Trecho: Uyuni - La Paz / La Paz

Seguindo na direção norte pelo altiplano, passei por Oruro e, 550 km depois, cheguei à caótica La Paz. Esta primeira impressão foi desfeita com um pitoresco passeio pela cidade na manhã seguinte.
Comecei pela praça Murillo, onde estão a presidência, o congresso e a catedral.


Em seguida, visitei a igreja e o museu de São Francisco, fundada no séc. XVI, a qual está bem preservada.



Em seguida, fui ao pitoresco Mercado das Bruxas, com medicamentos alternativos e fetos de llamas.


Belas estátuas, como a do marechal Sucre, que uniu a Bolívia depois da independência, estão espalhadas pela cidade.


A tarde, tomei duas linhas do incrível teleférico, que serve de metrô, e fui a El Alto, e depois ao novo bairro de San Miguel. A vista lá de cima é de tirar o fôlego, pois La Paz fica no interior de um caldeirão.